terça-feira, 11 de junho de 2013

noturno


pouso meus olhos nos teus
desperta de um sono 
tudo faz silêncio
dentro da noite espedaçada
e nada... nada reluz 
além do mistério da entrega

(meu desespero espalhado na noite dos teus cabelos
o delírio nas mãos sedentas de enlace
a palavra bebida no canto da boca
tudo o mais é abismo
tudo escurece 
dentro da noite sem fim
só o desejo segue certo
flutua desperto no emaranhado da noite
imprime nos olhos direção)

pouso meus olhos sozinhos no teu corpo
vivo e vasto e posto em volta de mim
devolvo o olhar ao que me resta:
minha pele despida
impregnada de espanto.