quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Ordem

Vencer a inação. Frutificar.

Morrer dentro de si. Atropelar o caos.

Regenerar. Em flor, em verso, em vida.

Encabrestar a dor. Vaticinar a sorte.

Em lida, em trilha, em cor.

Silenciar a morte.

Serenizar.

Oásis

“E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.“ (Vinícius de Moraes, Ausência)

E assim, no silêncio habitual de longas datas, corações suspiraram aliviados. Era o primeiro poente que dividiam após séculos de afastamento - um imenso deserto houvera brotado entre as duas vidas. E ali, exatamente num encontro acidental de olhares dispersos, fez-se lar... e mar e céu e tudo mais que rutila aos olhos sedentos de quem vive. Terna comunhão de almas poentes e sóbrias ante dor e riso, solidão e pertencimento, luz e escuridão. E mesmo o deserto, em sua frieza noturna e alheia, fez-se abrigo. Amar é estar em casa.